Tabela SAC e Price: qual opção escolher para imóveis de alto padrão?

compra de um novo imóvel, principalmente os de alto padrão, envolve vultuosas quantias de dinheiro. Porém, nem sempre o comprador tem disponível para efetuar o pagamento à vista, embora essa seja a melhor forma de pagamento, já que não incide juros ou causa endividamento. Quando isso ocorre, a alternativa a que se pode recorrer para viabilizar o fechamento do negócio é o financiamento imobiliário.

Ao decidir financiar o bem é preciso levar em consideração alguns fatores importantes, como o impacto do valor da parcela no orçamento mensal do comprador e, principalmente, os juros que serão pagos ao longo do financiamento. Para isso, é preciso entender o que é a tabela SAC e Price, e escolher o sistema que melhor se adapta às suas necessidades.

Como em qualquer escolha, existem vantagens e desvantagens em cada uma das opções, por isso, é importante conhecê-las muito bem para que seja possível tomar a decisão certa. Afinal, estamos falando do seu patrimônio. Qual a melhor opção para financiar um imóvel de alto padrão entre as tabelas SAC e Price? É exatamente isso que você descobrirá neste post. Confira!

O que são as tabelas SAC e Price?

Na hora de financiar um bem, as parcelas que serão pagas à instituição credora são compostas pelos juros, a correção monetária e o valor de amortização do saldo devedor.

As tabelas SAC e Price são os sistemas que definem como essa redução do valor devido ocorrerá ao longo do financiamento, o que impacta diretamente no montante sobre o qual os juros são aplicados. Nos próximos tópicos, você vai conhecer cada uma delas mais detalhadamente.

Como funciona a tabela SAC?

SAC é a sigla para Sistema de Amortização Constante. Nela a amortização do saldo devedor ocorre com um valor fixo todos os meses. O que varia são os juros pagos em cada prestação, que a cada mês vai incidir sobre um montante menor, reduzindo o valor a ser pago.

Ou seja, as parcelas começam mais altas e se reduzem ao longo do tempo. Desse modo, a amortização acontece mais rapidamente, levando a uma menor incidência de juros sobre o valor total da dívida.

Na prática funciona assim: imagine que você está financiando a quantia de R$ 100 mil do valor do imóvel a uma taxa de juros de 14% ao ano, ou seja, 1,16% ao mês, durante 120 meses.

O valor fixo de amortização mensal seria R$ 833,00. Portanto, no primeiro mês a parcela seria composta de R$ 833,00 + R$ 1160,00 referentes aos juros sobre o valor total financiado, perfazendo um total de R$ 1.993,00.

No segundo mês os juros incidiriam sobre o valor financiado menos o amortizado no mês anterior, ou seja, sobre R$ 99.167,00. Isso faria com que a parcela caísse para R$ 1.983,00, referentes a R$ 1.150,33 dos juros mais R$ 833,00 da amortização.

E assim acontecerá sucessivamente até a última parcela, que será muito mais baixa do que a primeira, em torno de R$ 942,00. O total pago à instituição credora ao final do financiamento será de R$ 172.790,00

Como funciona a tabela Price?

Na tabela Price, o valor das parcelas é fixo, da primeira à última. O que varia é a quantia amortizada, que será crescente ao longo dos meses. Desse modo, o saldo devedor reduz menos nos primeiros meses, fazendo com que se pague mais juros sobre o valor financiado.

Nesse sistema de amortização a maior parte das primeiras parcelas é composta de juros. Para ilustrar melhor, no mesmo exemplo anterior, todas as prestações seriam de R$ 1152,86. No primeiro mês, R$ 1160,00 seria referente aos juros e apenas R$ 392,86 abatido do valor total.

No mês seguinte, o saldo devedor seria de R$ 99.603,17, dos quais 1,16% de juros equivalem a R$ 1155,40. Portanto, o valor amortizado seria de R$ 397,46 e assim sucessivamente, até o final do financiamento que custaria no total R$ 186.319,00, ou seja, R$ 13.529,00 a mais do que na tabela SAC.

Quais as principais diferenças entre elas?

Com tantos cálculos em mente pode ser que nem todas as vantagens e desvantagens da tabela SAC e Price tenham ficado muito claras. Por isso, veremos agora, algumas diferenças elas.

Valor da prestação

Por ser mais alto nas primeiras parcelas na tabela SAC, pode representar uma barreira à aprovação do crédito, uma vez que o valor de cada prestação não pode comprometer mais do que 30% da renda familiar. Para quem não tem uma comprovação de renda muito alta, a tabela Price pode ser a única opção.

Pagamento dos juros

Não há dúvidas de que a tabela SAC é muito mais vantajosa em relação à quantia total de juros pagos. Por isso, principalmente em imóveis de alto padrão que têm um valor mais alto, ela é a mais recomendada.

Saldo devedor

Mais uma vez, ponto para a tabela SAC, já que o saldo devedor é reduzido mais rapidamente e a maior parte dele é quitado no início do financiamento. No caso de uma quitação antecipada no meio do financiamento, por exemplo, a quantia desembolsada seria bem inferior do que na tabela Price.

Portanto, para o financiamento de imóveis, o sistema mais usado é SAC e, principalmente no caso de um financiamento de imóvel de alto padrão, é o mais recomendado para que se pague menos juros. Isso porque uma parcela mais alta no começo não compromete tanto a renda de quem compra esse tipo de imóvel.

A melhor maneira de escolher entre tabela SAC e Price é realizando a simulação do financiamento em ambos os sistemas. Assim, é possível ter uma ideia mais realista de como ele ficará na prática e, desse modo, entender qual deles se encaixa melhor nas suas necessidades. Essas simulações podem ser solicitadas à instituição financeira com a qual está negociando ou, até mesmo, pode ser feita por você com base nos exemplos que acabou de ver.

Ficaram mais claras as diferenças entre tabela SAC e Price. Pronto para tomar a sua decisão? Então, saiba também como escolher a melhor opção de financiamento para o seu novo imóvel!