Você sabe o que é o índice IGP-M e quais são os impactos diretos que ele causa no valor do seu aluguel? Viemos ajudar você a entender por que esse é um dos indicadores mais importantes no mercado imobiliário e quais são as implicações geradas nos contratos.
Anualmente, acontecem os reajustes dos valores de aluguel e, para saber qual será essa porcentagem, é preciso fazer o cálculo do acumulado anual. Porém, calma, não precisa se assustar, vamos explicar a você tudo sobre o IGP-M e os seus impactos no mercado imobiliário. Vamos lá?
O que é o índice IGP-M?
A sigla IGP-M significa Índice Geral de Preços do Mercado que, na prática, é um indicador calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) todo dia 20 de cada mês. Esse fator de indicação é um dos mais importantes para a economia, principalmente para o setor imobiliário.
Os cálculos são realizados em ciclos de 30 dias e serve como base para as decisões de diversos setores da economia. O IGP-M também é o norteador dos reajustes de tarifas públicas, como a energia elétrica, além dos contratos do setor imobiliário (locação e aquisição). O IGP-M foi criado em 1940 e se tornou uma referência para o mercado.
Na prática, o IGP-M é um índice macroeconômico no qual é registrada a inflação geral do país dentro do período calculado e, no acumulado, mostra a inflação anual.
Como esse indicador afeta o mercado imobiliário?
O mercado imobiliário é o maior utilizador do indicador IGP-M, uma vez que é a base para a correção dos valores de aluguel ou das parcelas, no caso da compra de um imóvel.
Portanto, o mercado imobiliário sofre grande influência pelas alterações ocorridas no índice IGP-M ao longo do ano.
É prática comum na confecção do contrato de financiamento de imóveis o banco optar pelo reajuste baseado no IGP-M, já que ele é ótimo para mensurar a inflação do período e o aumento do custo de vida das pessoas de forma geral.
No caso dos contratos de aluguel, a utilização do índice fica a cargo do proprietário, que pode optar ou não pelo uso. No entanto, o IGP-M é mais recomendado pelos especialistas do setor, pois traz informações precisas sobre o cenário real da economia.
Colocando na ponta do lápis, quanto mais alto o preço das matérias-primas e dos serviços básicos para a população, mais alto será o índice IGP-M.
Como calcular o IGP-M?
Para realizar o cálculo mensal do IGP-M, os economistas da FGV consideram diversos fatores e variáveis que transitam desde as commodities (matéria-prima) do setor agrícola até o produto final que é consumido pelo comprador.
Portanto, para a realização do seu cálculo são considerados preços avaliados de itens básicos na economia, como o setor da educação, imóveis, planos de saúde e seguros. Veja abaixo os indicadores que devem ser considerados.
IPA-M
O Índice de Preços do Atacado — mercado é responsável por registrar as variações de preços que ocorrem nas transações financeiras entre empresas no último estágio de comercialização — é considerado 60% dos valores dessas transações para fins de cálculo do IGP-M.
IPC-M
O Índice de Preços do Consumidor — Mercado é a medição da variação de preços dos itens que compõem uma lista fixa de produtos que são de utilidade das famílias das classes A, B e C, com rendas variáveis de até 33 salários-mínimos.
A lista de bens e serviços é composta por oito grupos: habitação, transporte, educação, alimentos, saúde, entre outros. Outro ponto importante sobre o IPC-M é que esse índice é calculado somente em sete capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Porto Alegre. Desse índice são utilizados 30% dos valores para fins de cálculo de IGPM.
INCC-M
O Índice Nacional de Custo da Construção é um fator importante para cálculos relacionados ao setor da construção civil. Nas mesmas capitais que são aferidos os preços de referência do IPC-M são considerados os preços de três grupos: equipamentos e materiais, mão de obra e serviço. Para fins do IGP-M são considerados apenas 10% desse valor.
Os pesos são diferenciados para a composição do IGP-M, justamente pela importância que têm na relação direta com os valores de mercado. O levantamento dos índices e valores são iniciados no dia 21 de cada mês e seguem até o dia 20 no mês seguinte, quando a taxa mensal é divulgada.
Qual a diferença do IGP-M para o IPCA e outros índices?
Além do IGP-M, um dos indicadores mais conhecidos na economia brasileira é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos preços que afetam a vida população que tem renda de até 40 salários-mínimos.
O índice, que é calculado em diversas regiões metropolitanas do Brasil, serve para aferir a inflação a partir da média ponderada de uma lista de itens como bebidas, alimentos, serviços, aluguéis, mas que considera um peso maior para os preços ligados ao setor de alimentação e transportes. O IPCN é utilizado pelo Banco Central para as suas decisões, por isso podemos notar a popularidade desse indicador.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um indicador que mede a inflação por meio da medição de valores relacionados aos produtos e serviços comercializados no varejo, ligado ao consumo final das famílias. Esse também é um fator utilizado pelo mercado imobiliário, já que traz uma base real sobre a inflação no bolso dos consumidores finais.
É importante que você conheça não só o índice IGP-M como os outros indicadores que são utilizados para o cálculo de reajustes dos valores de aluguel, para entender como acontece em cima de contratos já firmados. Entender do assunto é uma forma de não ser pego de surpresa e saber quais serão os valores que serão reajustados.
Que tal, agora que você já está familiarizado com o índice IGP-M e os seus impactos no mercado imobiliário, aproveitar a visita para ler o artigo “Você sabe quais são os tipos de amortização“?