Encontrar um local seguro, acessível e que oferece mais qualidade de vida para a família são alguns dos pontos considerados por quem deseja financiar um bom imóvel. Além deles, uma das questões fundamentais é entender o que é e quais os tipos de amortização existentes para o financiamento. Essa etapa é crucial para que o comprador faça um bom investimento.
Por este motivo, neste artigo, vamos explicar o que é a amortização e os principais tipos, mostrando as suas diferenças e como definir qual é a melhor opção para você. Acompanhe e boa leitura!
Entenda o conceito de amortização
Amortização representa o valor que deve ser pago por um determinando período de tempo para quitar empréstimos, como os que são feitos para comprar um apartamento ou carro. Normalmente, ela é dividida em parcelas, que inclui juros, taxas e demais encargos de acordo com o que estabelece o contrato.
Em um exemplo prático, ao solicitar R$ 420 mil para o financiamento de um imóvel por 30 anos, as parcelas serão de R$ 1.166,67 ao mês, em um total de 360 meses. Só que será somado a esse valor os juros, que podem ser fixos ou variar e, assim, aumentar o valor real da parcela. A taxa básica de juros, a Selic, e a inflação são alguns dos fatores que podem influenciar nessa variação.
Atualmente, os sistemas de amortização mais praticados são o Price, Sacre e SAC. Compreender quais são as características de cada um deles vai ajudar na hora de escolher um imóvel e é essencial antes de fechar qualquer negócio.
Conheça os tipos de amortização: sistema price, sacre e SAC
Como já dito, os sistemas Price, Sacre e SAC são os tipos de amortização para financiamento e é por meio deles que as parcelas serão determinadas. Basicamente, a diferença entre eles está na variação ou não dos juros, da parte da dívida do valor original que será pago e das parcelas.
SAC
No Sistema de Amortização Constante, conhecido como SAC, as parcelas têm um valor decrescente a cada mês. Com essa variação, é possível pagar cada vez menos mensalmente.
O cálculo é feito com base no que foi emprestado dividido pelo tempo em que será pago, acrescido dos juros cobrados sobre o saldo devedor.
Porém, o que isso significa na prática? Utilizando o exemplo do início do texto, vamos simular o financiamento de um imóvel no valor de R$ 420 mil, que será quitado em 360 meses, com juros de 10% ao ano (0,83% ao mês). Se optar pelo SAC, a primeira parcela será calculada da seguinte forma:
- R$ 420 mil ÷ 360 meses = R$ 1.166,67 — valor da amortização;
- 0,83% x R$ 420 mil = R$ 3.486,00 — valor da taxa de juros;
- R$ 1.166,67 + R$ 3.486,00 = R$ 4.652,67 — valor final da parcela, somada a taxa de juros.
Dessa forma, a parcela que deverá ser paga no primeiro mês será de R$ 4.652,67. No entanto, o segundo valor será menor, porque o saldo devedor é menor. Para calcular quanto é isso, basta subtrair a amortização da primeira parcela no total que foi financiado. Assim, teremos a seguinte situação:
- R$ 420 mil – R$ 1.166,67 = R$ 418.833,40;
- 0,83% x R$ 418.833,40 = R$ 3.476,31 — valor da taxa de juros sobre o saldo devedor;
- R$ 1.166,67 + R$ 3.476,31 = R$ 4.642,98 — valor final da segunda parcela, somada a taxa de juros.
Como apresentado, no SAC as parcelas vão diminuindo ao longo do tempo, já que os juros também caem. No entanto, o que é pago efetivamente do imóvel (amortização de R$ 1.166,67) não muda, permanecendo constante até a última quitação.
Sistema Price
Já para quem opta pela Tabela Price, também conhecida como sistema francês de amortização, o processo é diferente do que acontece com relação ao SAC. As parcelas serão fixas, elas não caem ou aumentam durante o período do financiamento. Além disso, o valor amortizado é crescente e os juros são decrescentes.
Este tipo de amortização normalmente é utilizado para o financiamento de veículos, mas também é praticado no caso de imóveis. A maneira de calcular cada prestação é baseada na seguinte fórmula:
- valor presente x [ (1 + taxa) n x taxa / (1 + taxa) n – 1];
- n é o número de meses para o pagamento.
Utilizando como referência o imóvel no valor de R$ 420 mil, com entrada de R$ 20 mil, para ser pago em 360 meses, com juros de 0,83% ao mês, teremos uma primeira parcela de R$3.498,47, sendo R$ 3.320 de juros e R$178,47 de amortização. Para facilitar a vida do comprador, é possível usar calculadoras online.
Sacre
O sistema Sacre é uma junção dos modelos SAC e Price, com prestações mais altas no início do financiamento. Ao final de um período de 12 meses, esse valor é recalculado e ocorre a diminuição dos juros do que já foi pago.
Neste caso, financiando R$ 420 mil, a prestação dos primeiros 12 meses será de R$4.666,67. Para esta opção, os juros caem ao longo do tempo e a amortização cresce. Já no o segundo ano o pagamento mensal ficará em R$4.542,61.
O interessante no Sacre é que próximo à quitação total da dívida o valor da parcela será muito pequeno, como você pode observar fazendo uma simulação. Sendo assim, é viável a concessão de desconto ao longo do período de financiamento.
Saiba como escolher entre os diferentes modelos
Adquirir um imóvel e fazer um financiamento é um investimento de longo prazo. A recomendação é pesquisar e estudar qual é a melhor opção de negócio. Isso também vale na hora de decidir entre o SAC, Price e Sacre. Embora não seja possível generalizar e dizer qual é o melhor, algumas dicas auxiliam na hora da escolha.
Em primeiro lugar, o SAC é recomendado para quem tem uma perspectiva de crescimento na carreira e aumento de renda. Mesmo que o valor inicial das parcelas seja alto, ao longo do tempo elas ficarão cada vez menores. Também é ideal para quem planeja ou já tem filhos e, no futuro, quer evitar imprevistos financeiros.
Por outro lado, quem tem uma situação profissional sólida ou atua como empresário, por exemplo, pode optar pela Tabela Price. As parcelas iniciais são menores do que se escolhesse o modelo SAC, mas os juros são bem altos. Por isso, quitar a dívida o quanto antes pode ser uma boa opção.
Por fim, se as projeções sobre o futuro financeiro são incertas, uma boa alternativa pode ser o Sacre, que traz parcelas mais estáveis e menos juros, impactando menos o orçamento familiar.
E então, gostou das informações sobre os tipos de amortização? Agora, queremos saber entre os sistemas citados, qual é o melhor para você? Deixe a sua opinião na área de comentários!